MÉDIUNS QUE COBRAM

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          No passado remoto, pítons, pitonisas, hierofantes, gurus, sibilas, auríspices, em face do atraso moral das sociedades em que viveram, não se preocupavam com os valores profundos da dignificação pessoal, embora em alguns santuários indianos, egípcios, gregos e romanos, houvesse uma seleção de qualidade em torno daqueles que apresentavam as faculdades mediúnicas, a fim de se tornarem dignos de credibilidade.

          Graças a Allan Kardec, que pôde mensurar os requisitos morais dos médiuns, no que diz respeito à qualidade das comunicações espirituais, os mesmos passaram à posição de metas que devem ser alcançadas, como indispensáveis à comunicação com os Espíritos superiores.

          Nesse processo de crescimento ético do médium, a gratuidade, no exercício das faculdades de que se faz portador, é relevante, porque não tem o direito de locupletar-se do esforço do seu próximo, vendendo as informações que lhe são conecedidas sem qualquer tipo de cobrança, para o bem de todas as criaturas.

          A questão diz respeito, não apenas, à necessidade de serem gratuitas todas as suas atividades mediúnicas, ampliando-se o conceito, para que o médium evite as homenagens que agradam ao personalismo, que exaltam os sentimentos menos edificantes, os presentes com que são comprados indiretamente, aprisionando-os nos cofres dourados do poder transitório e dos recursos endinheirados daqueles que se acostumaram a tudo resolver através do mercantilismo...

 

Livro:  Espiritismo e Vida

            Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Vianna de Carvalho

 

            LEAL – Livraria Espírita Alvorada Editora