AUXÍLIO AOS MATERIALISTAS

 

IRMÃOS SEM FÉ

 

          Falas, por vezes, acerca de nossos irmãos ainda sem fé, qual se não nos fossem companheiros da Humanidade.

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          Lamentas-te, quanto às ironias que proferem e queixas-te das atitudes menos felizes que abraçam, em se excluindo das atividades religiosas que nos alentam as energias, como se estivesses desempenhando o papel de vítima à frente de verdugos.

          Justo, no entanto, pensar neles, na condição real em que se encontram, de modo a identificá-los por irmãos necessitados do Socorro Divino, qual acontece a nós mesmos, ofertando-lhes lugar na simpatia e albergando-os em pensamento, no refúgio da oração.

          Muitos deles estimariam possuir a confiança e o otimismo que te aquecem os sentimentos, mas cresceram no corpo físico sob reiteradas ventanias de provação a lhes enrijecerem a alma, enquanto outros muitos perderam a fé nascente que lhes bafejava o espírito, por lhe haverem colocado a raíz no solo raso das afeições humanas, ao invés de implantá-la no amor e na justiça de Deus.

          Para uns e outros, ergue a luz da compreensão e segue adiante, na execução dos deveres que o Senhor te confiou.

          Se lhes recolhes alguma frase de menosprezo endereçada à Espiritualidade Superior, não discutas na intenção de constrangê-los à aceitação da verdade e se te injuriam porque entesoures a fé ardente sem possibilidade de viver-lhe, por agora, todos os  padrões de burilamento moral, não lhes revides a palavra de crítica; silencia e abençoa-os, doando o melhor de ti mesmo à seara do bem, onde encontraremos, invariavelmente, a precisa segurança contra o mal que ainda reside em nós mesmos.

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          Certifica-te de que ninguém é materialista porque o deseje, assim como ninguém é mutilado por voluntária decisão. O mutilado é mutilado porquanto, nos princípios de causa e efeito, terá dado motivo à semelhante provação, e o materialista por se haver envolvido em sombras de espírito, lesando a si próprio.

          De qualquer modo, porém, todos nós, os espíritos em evolução e regate no Planeta Terrestre, somos seres endividados perante as Leis do Universo; ou melhor, somos todos doentes em vias de reajuste, nas mãos uns dos outros. A única diferença é a de que nós, os que já retemos os benefícios da fé, somos enfermos conscientes quanto às mazelas que nos são próprias, buscando recursos para saná-las, e os nossos irmãos ainda sem fé são enfermos e desmemoriados que, no tempo devido, serão encaminhados ao serviço da cura. Todos nós, contudo, encontraremos remédio adequando na farmácia do tempo, de vez que Deus, o Pai Supremo, terá misericórdia deles como tem tido misericórdia de nós.

 

Emmanuel

 

Livro:  Taça de Luz

            Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos

            Edições FEESP – Federação Espírita do Estado de São Paulo