Paixões - O Livros dos Espíritos 907 e 908

 

II – Das Paixões

 

907. O princípio das paixões sendo natural é mau em si mesmo?

 

— Não. A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal.

 

908. Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?

 

— As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.

 

Comentário de Kardec: As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se, em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem recai sobre ele e o esmaga.

 

Todas as paixões tem seu principio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é, portanto, um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. A PAIXÃO PROPRIAMENTE DITA É O EXAGERO DE UMA NECESSIDADE OU DE UM SENTIMENTO; ESTÁ NO EXCESSO E NÃO NA CAUSA; E ESSE EXCESSO SE TORNA MAU QUANDO TEM POR CONSEQÜÊNCIA ALGUM MAL.

 

Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal distancia-o da natureza espiritual.

 

Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.

 

 

O Livro dos Espíritos.