ESPIRITISMO, SÉCULO XXI
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Espiritismo, longe de ser obra pessoal, como salientado, distingue-se por representar o esforço de uma plêiade de luminares espirituais, manifestando-se por intermédio de vários médiuns, em diversos lugares e em diversos tempos, sendo certo que novos conteúdos vão sendo revelados, à medida que se concretizem as condições propícias.
82. O primeiro e extraordinário trabalho de coordenação e sistematização de todas as informações que eram reveladas mediunicamente coube a Allan Kardec, cuja cultura, bom-senso e dedicação garantiram à Doutrina Espírita o seu reconhecimento e aceitação entre os povos do mundo*.
Em desenvolvimento à obra de Kardec, o labor mediúnico tem servido à revelação, por parte dos Espíritos, de novos conteúdos informativos sobre o mundo espiritual, os quais, de sua vez, estimulam autores encarnados a estudá-los e comentá-los, o que, aliás, bem evidencia a característica evolutiva do Espiritismo.
Já na Filosofia, como sublinhado, cada sistema, por natureza, é estanque e exclusivo: ao contrário, pois, do que ocorre com relação ao Espiritismo, em que a nota marcante é a pluralidade de autores, e sua qualidade evolutiva.
Livro: Espiritismo, Século XXI
Zalmino Zimmermann
Editora Allan Kardec
(*) – Para se aquilatar o esforço e o mérito desse gigante do pensamento que é Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail), basta lembrar – além do sacrifício pessoal e a coragem de enfrentar a opinião acadêmica e não acadêmica – as condições de seu tempo, na França de Napoleão III, quando nem sequer havia a luz elétrica ou o telefone, e a carruagem era o meio de transporte comum.
Com todas as precariedades e à luz de velas, frias madrugadas adentro, por cerca de quatorze anos, o sábio francês, em companhia de sua abnegada esposa Amélie Boudet, dedicou-se inteiramente à construção das bases de um Novo Saber, destinado à transformação do ser humano.