LEONORA PIPER

 

 A GRANDE MÉDIUM

Leonora E. de Piper, mais conhecida por Madame Piper, foi uma das mais célebres médiuns dos nossos tempos. Sua encarnação ocorreu no ano de 1859, nos Estados Unidos da América do Norte, e sua desencarnação no dia 3 de julho de 1950. Foi médium por mais de 40 anos; as atas das suas sessões atingiram mais de 3.000 páginas. Nas investigações que tiveram lugar — As mais prolongadas da História do Espiritismo — Foram despendidos mais de 150.000 dólares. Comentando a mediunidade de Leonora E. Piper escrevia Charles Richet, em seu Tratado de Metapsíquica. Madame Piper sempre demonstrou perfeita complacência com todas as investigações científicas. Aceitaram todo o gênero de vigilância, apesar dos receios e das afrontas. Richard Hodgson, antigo membro da Sociedade de Investigações Psíquicas de Londres e um dos mais criteriosos investigadores dos fenômenos espírita dado a sua fama de incrédulo e tenaz descobridor de fraude. Após 15 anos de incessantes pesquisas, o Doutor Hodgson chegou à conclusão de que os fenômenos eram verídicos e que Madame Piper era médium de invulgar faculdade. Nada conseguindo descobrir que pudesse constituir motivo de suspeita, o Doutor Hodgson planejou uma viagem à Inglaterra, onde Madame Piper não tinha qualquer conhecido, amigos ou parentes. Essa viagem teve início em 9 de novembro de 1889. No decurso de 88 sessões, Madame Piper revelou a todos os que tiveram a ventura de presenciar os fenômenos produzidos por seu intermédio, centenas de fatos que puderam ser comprovados em seus mínimos detalhes. Longe conseguiram registrar 41 casos de revelação de ocorrências com membros das famílias das pessoas presentes, todos eles verificados com minúcia. Regressando aos Estados Unidos em 1890, Madame Piper desfrutava de extraordinária fama pelos feitos produzidos na Inglaterra. Prosseguindo em sua missão, vários fenômenos tiveram lugar, graças ao espírito de George Pele, jovem escritor e advogado que, em vida havia presenciado alguns fatos e que desencarnara em 1882, devido à violenta queda. Em 1898, ao regressar de sua segunda viagem à Inglaterra, apareceu em cena nos Estados Unidos um novo céptico. Com a ajuda secreta do Doutor Hodgson assistiu incógnito a 17 sessões. Procedia com mais incrível cautela a fim de que a médium não se certificasse da sua presença, a carruagem usada para o seu transporte era completamente fechada, descia do mesmo coberto com uma capa, entrava sorrateiramente na sala e tomava assento próximo à Madame Piper, permanecendo ali sem dizer palavra. Sem muita delonga, a médium disse ao misterioso visitante como se chamava, o nome do seu progenitor, fornecendo uma série de pormenores sobre a sua vida e de membros de sua família. Pela primeira vez em sua vida, o visitante, James H. Hyslop, catedrático da Universidade de Columbia, ficou assombrado e confuso. Ante a evidência Hyslop, se convenceu da realidade, principalmente após ter confabulado com o espírito de seu próprio pai. A Sra. Piper, sensitiva que se notabilizou pelos seus dons criptestésicos, socorreu-se, por seu turno, de um médium cego, que possuía dons curativos. - «Ce médium donnait des consultations médicales.» Mais tarde, a Sra. Piper, por intermédio de um Espírito, fazia diagnósticos e prescrevia medicamentos: «Au début le Dr. Phinuit, quand il - pparaissait, se bornait à donner des conseils médicaux ou à formuler des diagnostiques.» (M. Sage, Madame Piper). Madame Piper continuou suas sessões até 31 de julho de 1911, quando os espíritos recomendaram que deveria suspendê-las devido ao seu estado de saúde. Em 1924, entretanto, realizou algumas sessões especiais que foram as derradeiras.

 Anuário Espírita - 1967

Digitado por Laura Jane Moreira Santiago  

 

Algumas Curas Mediúnicas

 

-Henri Désoile, interno dos hospitais de Paris, estuda a mediunidade de Jeanne Laplace e conclui por suas faculdades curadoras. (Revue Métapsychique)

-O Marquês de Santa Clara, depois de prolongadas experiências, verifica que existe, em muitos sensitivos, o dom de diagnósticos, às vezes mais felizes que os dos médicos. (M. de Santa Clara, Un tanteo en el misterio)

-Merece especial destaque um estudo de consagrado escritor, jurista e médico francês, o qual, como cientista, conseguiu chegar à culminância, nas várias disciplinas a que se dedicou. E' o Dr. J. Maxwell o refere, como dos mais interessantes fenômenos que observou os realizados por intermédio da Sra. Agullana, que escreveu as suas memórias, se encontraria rica mina de fatos. Realmente, tinha ela visões, via os recém-nascidos, provocava ruídos e conseguia curas extraordinárias pelos conselhos que lhe davam os Espíritos médicos. Ela incorporava, mediunicamente, várias personalidades, sendo a mais interessante a de um médico, que se dizia morta, havia 100 ou 200 anos. Sua linguagem médica era arcaica; dava às plantas seus nomes antigos; a descrição que fazia dos sintomas seria de espantar um médico do século XX, mas seus diagnósticos eram geralmente exatos. (Rosa Aguilana, La vue vecue d'un médium spirite)

-E' interessante, ainda, mencionar a cura da Condessa Von Maldeghen, pelas prescrições de notável médium, conforme a relata o Dr. Kerner, no seu famoso trabalho «A Vidente de Prevorst», Resumamos o que escreveu aquele médico alemão: "Em 1828, o Conde Von Maldeghen veio procurar-me com uma carta de seu médico, o Dr. Endres, de Ulm. A carta dizia que o conde, tendo ouvido falar da vidente, desejava consultá-la a respeito de sua mulher. A condessa educara-se num convento; e casara-se aos 23 anos. Aos 6 anos dormira num campo de papoulas, por descuido dos que a vigiavam. Acordou com a memória perturbada. O mal desaparecera em parte, mas, tendo passado algum tempo no convento, renasceu. Depois do casamento, sucedeu-lhe ter dúvidas a respeito de sua identidade. Enfim, após o parto, caiu numa espécie de vida sonambúlica, que os médicos acabaram por qualificar de loucura. Depois de haver tentado numerosos remédios, o conde mandou-a para a Alemanha, onde ela transformou, de novo, tudo que a rodeava, em objetos de tortura. Não cessava de declarar, entretanto, que a cura lhe não viria dos médicos. Foi neste comenos que o marido me veio procurar. Consultei a vidente, Sra. Hauffe, que tomou o mais vivo interesse pelo caso e fez umas tantas prescrições. A 31, o conde voltou a Ulm e começou o tratamento de sua mulher, conforme ordenou a vidente. Um dia, pela manhã, a vidente nos disse que a condessa estava para chegar, o que, de fato, sucedeu à tarde. Contou o conde que, durante seis dias, tinha seguido as instruções da Sra. Hauffe, sem que se produzisse qualquer resultado, mas que, na quarta-feira, lhe dissera a condessa ter sentido que estivera em relação com a vidente. Cessaram então as alucinações. Ela reconheceu o marido e os filhos. A Sra. Hauffe fazia esforços por acalmá-la, orando com ela. Muitas vezes, porém, parecia-lhe, ainda, ouvir vozes que a escarneciam. Enfim, na manhã de 28, a condessa acordou a família e disse estar inteiramente curada. Dez anos já se passaram, sem que sobreviesse qualquer recaída." (Dr. Justinus Kerner, Die Sering von Prevorst)

Haja vista o que nos refere Max Lang (Max Freedon Land, Secret Science behind Miracles):

"Muitas curas têm sido efetuadas por Espíritos desencarnados. Médicos que foram em vidas passadas, com o auxilio de médiuns diagnosticam e prescrevem."

"Há médiuns que curam pela imposição das mãos."

"As curas são, muitas vezes, extraordinárias...”

O Autor prolonga-se em citações várias, mas como a Editora proíbe as transcrições, ficamos por aqui.  O que relatamos, porém, basta para que se saiba haver pessoas que diagnosticam e curam sem a habilitação que os legisladores requerem; que há casos em que a mediunidade salva os doentes, quando eles estão desenganados pela Medicina; que avultam as chamadas curas milagrosas; que o misterioso agente curador vê o que o facultativo, por mais perito que seja na sua arte, não pode perceber, dadas as suas limitações terrenas; que podem, enfim, os médiuns, pela extensão dos seus poderes, praticar a terapêutica que escapa aos homens, em vista dos parcos conhecimentos que eles possuem, o que os obriga a ter os braços cruzados diante de uma infinidade de doenças.

Carlos Imbassahy