Henry Slade

Henry Slade

Henry Slade, célebre médium das escritas nas lousas, foi exibido publicamente na América durante 15 anos. Em 15 de julho de 1876 ele foi à Inglaterra, escolhido que fora como médium notável, para fazer experiências sobre a veracidade dos fenômenos espíritas. Slade foi submetido a testes durante várias semanas por uma comissão de cépticos que em seu relatório terminou por concluir: "Eram escritas mensagens nas faces internas de duas lousas, por vezes amarradas e seladas juntas, quando postas sobre uma mesa, à vista de todos; acima das cabeças de membros da comissão; presas à parte inferior do tampo da mesa; ou, ainda, nas mãos de um membro da comissão, sem que o médium tocasse.

Chegando a Londres, Slade começou a fazer sessões não só a escrita era obtida de modo evidente, sob fiscalização e com lousas dos próprios assistentes, mas a levitação de objetos e a materialização de mãos foi observada sob intensa luz do dia. Tais sessões ocorriam durante o dia, a qualquer hora, em seus aposentos de pensão. Em plena luz do dia o médium e os dois assistentes ocuparam os 3 lados de uma mesa comum de cerca de 3 pés de lado. Slade pôs um pedacinho de lápis, mais ou menos do tamanho de um grão de trigo, sobre uma ardósia e segurou esta por um canto com uma das mãos, encostando-a no tampo por baixo da mesa. Ouvia-se a escrita na lousa e, examinada, verificou-se que uma curta mensagem fora escrita. Enquanto isso acontecia, as 4 mãos dos assistentes e a mão livre de Slade eram agarradas no centro da mesa. A cadeira vazia no quarto lado da mesa uma vez pulou no ar, batendo o assento na borda inferior da mesma.

Apesar do testemunho de muitos admiradores e também de cientistas já conhecedores da problemática mediúnica, o julgamento de Slade se deu na Corte de Polícia de Bow Street. As provas sobre a autenticidade da mediunidade de Slade foram dadas peloDr. Alfred Wallace, por Serjeant Cox, pelo Dr. George Wild e outros, mas só 4 testemunhas foram permitidas. O magistrado classificou a prova testemunhal como "esmagadora" dada a evidência dos fenômenos, mas no julgamento excluiu tudo, exceto a acusação de Lankester e de seu amigo Dr. Donkin, dizendo que era obrigado a basear a sua decisão em "interferências deduzidas dos conhecidos fatos naturais". Uma declaração feita pelo conhecido mágico Maskelyne de que a mesa usada por Sladeera preparada para truques, foi desmascarada pelo testemunho do carpinteiro que a tinha feito. Apesar disso, Slade foi condenado nos termos da lei contra a vagabundagem a três meses de prisão com trabalhos forçados. Os espíritas mostraram muita energia na defesa de Slade. Protestos, memoriais a ministros, Fundos de Defesa, solicitação à Câmara dos Comuns e até cópias de protesto foram enviadas à rainha. Houve apelo e ele foi solto sob fiança. Slade, cuja saúde ficou seriamente afetada com a prisão, deixou a Inglaterra dois dias depois.

Passado o episódio, foi a Berlim onde despertou o mais vivo interesse. Dizia-se que ele não sabia alemão, mas apareceram mensagens nessa língua sobre as lousas e escritas em caracteres do século XV. Slade começou por converter o proprietário do hotel, usando suas próprias lousas e mesas. Na maioria de suas sessões Slade demonstrou possuir clarividência e as mãos materializadas eram coisa familiar. Na Austrália, onde as condições psíquicas eram boas, obteve materializações mais amplas.

Slade foi um médium perseguido pelos detratores do Espiritismo. Com tantos testemunhos memoráveis, com o excesso de provas materiais de sua honestidade, mesmo com a ostensividade exagerada dos componentes invisíveis, demonstrando inequívocas provas de suas existências e atuações, muitos por pura inveja, despeito ou mesmo maldade, o atacavam em sua honra. Mas, preconceito e ignorância são armas usuais no cotidiano dos fanáticos, dos acomodados e dos presunçosos. Armas frágeis, pois a ciência com o seu avanço contínuo as derreterão no ardente fogo da comprovação dos fatos espíritas.