João Batista e Simão Pedro – Dois Espíritos em uma Divina Missão

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Sentimos a necessidade de refletir sobre a vida desses dois personagens da história messiânica do Cristo. João Batista e Simão Pedro são citados de forma clara e repetidas vezes nos relatos evangélicos de Mateus, Marcos, Lucas e João. E o que nos chama a atenção é a importância que a conduta de ambos exercem sobre a pregação do evangelho antes, durante e depois da passagem terrena do Cristo entre os homens.

Os quatro evangelistas relatam a importância do nascimento de João Batista em igual destaque ao nascimento de Jesus, com o objetivo de que o estudo do evangelho nos faça observar a obra desse espírito que ficou conhecido como a reencarnação do profeta Elias.

Lucas em seu evangelho narra que Maria, mãe de Jesus, após saber que Deus a escolhera para ser genitora do Salvador, foi visitar sua prima Isabel, mulher de idade avançada, casada com Zacarias um idoso sacerdote. Lá chegando recebeu a notícia de que, por graça de Deus, Isabel que era considerada estéril, também estava grávida e daria a luz a um filho. Criança que segundo a tradição nasceu em 24 de junho do mesmo ano em que Jesus veio ao mundo e recebeu o nome de Jokanaan (João em aramaico).

Segundo a tradição católica, Maria e Isabel combinaram que a primeira a dar a luz avisaria à outra acendendo uma fogueira que pudesse ser avistada a longa distância no deserto da Judéia, região onde elas viviam. Isabel foi a primeira a acender o fogo, pois o pequenino João nasceu seis meses antes do nascimento de Jesus.

Também encontramos relação das fogueiras de São João com as tradicionais festas do “Fogo Lendário” e com as festas pagãs que anunciavam o solstício no sudoeste europeu e que, posteriormente, foram trazidas para o Brasil pelos Jesuítas.

Novas descobertas elucidaram manuscritos erroneamente traduzidos sobre a vida e obra daquele que o próprio Jesus afirmou ser a reencarnação de Elias (Matheus 17,10), o último  dos profetas conforme as palavras do Nazareno: “O mensageiro que veio diante d’Ele a fim de Lhe preparar o caminho, anunciando a Sua vinda” (Lc.7,26-28), “pregando aos povos a conversão pelo conhecimento da salvação e perdão das ofensas” (lc.1,76).

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Segundo relatos sobre a personalidade de João Batista, nem a vaidade, o orgulho ou a soberba fizeram-se presente na vida desse grande Profeta. Fato comprovado nos  testemunhos  dos apóstolos, ocasião em que João Batista é confundido com o próprio Cristo, mas logo contesta: “Eu não sou o Cristo”(João 3.28).

Pastor de ovelhas por profissão, letrado desde jovem e conhecedor da lei de Moisés, Batista estava sempre cercado por discípulos, verdadeiros alunos, e quando algum de seus discípulos hesitava  a quem seguir, João apontava na direção do Mestre Nazareno, indicando o rumo certo: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”(João 1.29).

Conhecido como “o Precursor”, vestia-se com peles de animais e alimentava-se de mel e de bichos silvestres. Denunciava os atos de degradação humana, motivo que o levou a cair na antipatia de Herodíades, mulher devassa que mantinha uma união ilícita com o cunhado, o rei Herodes, irmão de Felipe (Marcos 6,17). E por afrontá-la, João Batista foi preso e decapitado para dessa forma, quitar suas dívidas cármicas como Elias, experimentando a lei de causa e efeito a qual todos estamos sujeitos.

O batismo de Jesus nas águas do Jordão foi para testemunhar que João de fato estava cumprindo sua missão, anunciando a chegada de Jesus e convertendo ao arrependimento, o coração de multidões que foram batizadas, mas Ele próprio, o Cristo, não batizou ninguém e nem vinculou a salvação das almas ao batismo.

Quando João Batista amargou suas dúvidas durante o cativeiro aguardando pela libertação do divino Redentor, enviou seus discípulos com a seguinte pergunta à Jesus: “És tu aquele que estava para vir ou haveremos de esperar outro?” Jesus confirmou indiretamente, mostrando que estavam sendo cumpridas as promessas do profeta Isaías (Mateus 11,3-6) e, assim, concluímos que João Batista, primo de Jesus, tinha a missão de provocar o reencontro de Deus com a Sua criação (Lc. 4,21).

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Se João Batista é o precursor da vinda do redentor; Pedro é o apóstolo que ficou conhecido por manter unidos os discípulos após a crucificação e a morte de Jesus e de fazer chegar até nós os ensinamentos do mestre. Ambos estavam destinados a missão de auxiliar O Cristo em sua divina obra messiânica. A participação de Pedro tornou-se decisiva a partir do momento em que Jesus sai de cena e o ilumina espiritualmente para que consiga “apascentar o rebanho do BOM PASTOR”.

Foi o próprio Jesus quem lhe deu o codinome de Pedro, pois antes era conhecido por Simão. O codinome seria uma alusão ao homem prudente que constrói sua casa sobre a rocha (Pedro em aramaico significa “rocha”).

Escolhido como líder dos apóstolos, Jesus haveria dito: “És Pedro! E sobre esta rocha construirei a minha igreja” .Essa afirmação fez de Pedro o primeiro Papa décadas depois da sua morte, numa tentativa de santificação por parte daqueles que o perseguiram e o crucificaram. Daí vem a crendice popular de que Pedro ganhou as chaves do céu e que para entrar nele é preciso ter a autorização do primeiro Papa.

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Pedro é para a humanidade um exemplo a ser seguido e vivenciado. Embora seja lembrado como o apóstolo que negou Jesus por três vezes; foi ele o discípulo que se dedicou de corpo e alma à causa do Cristo. E logo após o Pentecostes que sucedeu a ressurreição, Pedro doou todos os seus bens e se dedicou integralmente à propagação do evangelho; amparou Paulo de Tarso em sua missão; e salvou a vida de milhares de cristãos.