UM ADEUS

Amigos e amigas leitores, saudações fraternas!!

Abaixo transcrevemos do Livro ” Cartas de uma Morta” Chico Xavier – Maria João de Deus [espírito], mãe de Chico Xavier quando encarnada.

Observem as orientações e informações passadas ao médium, na qual muitos de nós ainda relutamos em aceitar. As orientações aqui passadas não são somente para o Chico, mas para todos nós, médiuns ou não.

O importante deste texto, capítulo 98 do livro, relata bem o quanto o próprio Chico deveria manter a disciplina para correção de suas “ainda” imperfeições. Imaginemos nós.

Aconselhamos que todos procurem ler este livro, observar bem as orientações nele contidas, orientações psicografada por Chico Xavier em 1935. Infelizmente desconhecido por muitos.

Boa leitura/estudo.

Saúde e paz sempre.

Equipe Visão Espírita.

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Capítulo.98

Um Adeus

Livro - Cartas de uma Morta2Meu filho, aí estão, nas minhas cartas despretensiosas, as primeiras impressões do meu espírito na vida do Além-Túmulo. Por mais que me esforçasse, não pude ser fiel nas minhas descrições referentes ao aspecto que formam os ambientes dos desencarnados.

Objetos e panoramas, que não se coadunam com as coisas conhecidas na Terra, é natural que permaneçam alheios à compreensão do homem e daí surge a dificuldade para que a alma liberta se manifeste com o objetivo de esclarecer as criaturas terrenas quanto à vida extracarnal. Minhas páginas refletem justamente o panorama dos planos da erraticidade no desenrolar da última catástrofe mundial, que enlutou milhares de corações, quando se verificou o meu afastamento da vida material. Elas podem, aos olhos dos incrédulos, estar repletas de afirmações audaciosas e pouco acessíveis ao entendimento. Mas a morte é soberana e um dia os crentes e os descrentes atravessarão os caminhos da vida errática e hão de se certificar no sentido das coisas espirituais.

Ao fim dessa série de minhas elucubrações, dou graças a Jesus por havê-las conseguido e ao caridoso Guia, que me auxiliou na exposição das idéias, ajudando-me nas deficiências da minha incultura. Nos momentos em que me aproximava de ti para escrever, sentia-lhe a salutar influência, ditando-me trechos inteiros para que eu os transmitisse com a fidelidade possível. Vezes inúmeras corrigia a pobreza das minhas faculdades de expressão e a ele devo o que pude grafar por teu intermédio. Possivelmente, meu filho, mais tarde prosseguirei escrevendo algo de novo; contudo, enquanto se cale a minha voz, continua desempenhando a tarefa que se foi confiada, fazendo jus ao salário do bom trabalhador. Nós sabemos o quanto tens sofrido no cumprimento dos teus deveres mediúnicos.

Sacrifícios, dificuldades e provações, inclusive os espinhos aguçados, que polvilham as tuas estradas, tudo isso representa o meio de redenção que a magnanimidade do Senhor nos oferece na Terra, para o nosso resgate espiritual. Suporta pois corajosamente, com serenidade cristã, os revezes da tua existência. Exerce o teu ministério, confiando na Providência Divina. Seja a tua mediunidade como harpa melodiosa; porém, no dia em que receberes os favores do mundo como se estivesses vendendo os seus acordes, ela se enferrujará para sempre. O dinheiro e o interesse seriam azinhavres nas suas cordas.

Sê pobre, pensando n’Aquele que não tinha uma pedra onde repousar a cabeça dolorida e, quanto à vaidade, não guardes a sua peçonha no coração. Na sua taça envenenada muitos têm perdido a existência feliz no plano espiritual como se estivessem embriagados com um vinho sinistro. Não encares a tua mediunidade como um dom.

O dom é uma dádiva e ainda não mereces favores do Altíssimo dentro da tua imperfeição. Refleti que, se a Verdade tem exigido muito de ti, é que o teu débito é enorme diante da Lei Divina. Considera tudo isso e não te desvies da humildade.

Nos tormentos transitórios da tua tarefa, lembra-te que és assistido pelo carinho dos teus Guias intangíveis. Nas noites silenciosas e tristes, quando elevas ao Ilimitado a tua oração, nós, estamos velando por ti e suplicamos a Deus que te conceda fortaleza e resignação.

A vida terrena é amarga, mas é passageira. Adeus, meu filho!... Dentro de todas as hesitações e incertezas do teu viver, recorda-te que tens neste outro mundo, para onde voltarás, uma irmã devotada que se esforça para ter junto dos filhos, que deixou na Terra, o mesmo coração, extravasante de sacrifício e amor.

 Livro Cartas de uma Morta – Psicografia Chico Xavier